Brasília, 29 de junho de 2025
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Economia

Parecer do arcabouço exige controle dos gastos do Governo Lula

Parecer do arcabouço exige controle dos gastos do Governo Lula

Coletiva relator do projeto do novo arcabouço fiscal, Dep. Cláudio Cajado (PP/BA). Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Brasília – O deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), relator do novo arcabouço fiscal, apresentou na manhã desta terça-feira (16), o parecer da proposta econômica ao Congresso Nacional. Entre as mudanças propostas, está previsto um novo teto de gastos com contingenciamento obrigatório em caso de descumprimento da meta. Antes, o texto original previa contingenciamento facultativo.

O relator prevê que a aprovação do regime de urgência ocorra até esta quarta-feira (17), com a votação da matéria no dia 24 de maio.

O parlamentar explicou que uma das medidas para o primeiro ano do arcabouço será que o governo não poderá criar cargos, novas despesas obrigatórias ou ampliar incentivos e a despesa só crescerá 50% da variação real da receita do ano anterior.

Se no ano seguinte a meta econômica for atingida, elas (as regras) deixarão de valer. Em caso contrário, elas voltam e ainda mais duras, com novas vedações como a não concessão de reajuste para funcionários públicos. As mesmas proibições serão aplicadas se as despesas obrigatórias ultrapassarem 95% das despesas primárias.

Apesar de assustar parte da população, que dependerá dos gastos públicos para saber se sofrerá ou não punições, Cajado prevê que o governo não sofrerá sanções por descumprir a meta fiscal se adotar o contingenciamento e as medidas de ajuste.

Salário mínimo
O salário mínimo será preservado mesmo sem o cumprimento de economia pelo Executivo Federal, com ganho pela inflação e ganho real.

“Nós, do colégio de líderes, resolvemos retirar essa possibilidade de, não atingindo a meta, não ter um ganho real”, explicou o parlamentar, que reafirmou ainda a manutenção da mesma excepcionalidade ao programa Bolsa Família.

Funcionalismo público

Entretanto, caso haja o descumprimento da meta fiscal por dois anos consecutivos, serão aplicadas adicionalmente as seguintes sanções: proibição de aumento e reajuste da despesa com pessoal; de admissão ou contratação de pessoal; e realização de concurso público, ressalvada ocupações de vacância.

Cajado alterou também o período de entrega dos relatórios de avaliação de receitas e despesas indicativos de contingenciamento, que continuará sendo bimestral. A proposta do Governo era de que a atual regra passasse para cada quatro meses.

“Se a proporção de despesas obrigatórias ultrapassarem 95% das despesas primárias, aplicam-se as vedações do inciso 1 a 9 do art. 167A. Ou seja, são dois gatilhos, um no não atingimento de meta — você passa a contingenciar e tem as vedações — e o outro quando as despesas obrigatórias ultrapassam 95% das despesas primárias”, destacou Cajado.